1967 - O início do "Projecto 122"

Se a concepção de um automóvel é uma obra colectiva, é também verdade que a sua ideia base pertence quase sempre a apenas um criador. No caso do Renault 5 tal "paternidade" deve-se a Michel Boué, um recém chegado aos ateliers de estilo da Renault e que a partir de uma fotografia do Renault 4 esboça aquilo que será mais tarde o Renault 5. Uma viatura com um "capot" curto, com um perfil reduzindo ao mínimo a "grelha" do irradiador, duas grandes portas laterais, um grande portão traseiro que descia até à linha do pára-choques, dois farolins verticais que seguiam a linha de fuga da traseira, vastas superfícies vidradas, linhas vincadas mas sem serem angulosas, com os flancos totalmente desprovidos de guarnições e exibindo um vinco em posição relativamente baixa, ao mesmo nível que os pára-choques. Tudo o que será futuramente o Renault 5 já existe neste primeiro esboço. Após alguns aperfeiçoamentos, este esboço obteve tal unanimidade que não foi sequer necessário confrontá-lo com os outros projectos concorrentes.
Infelizmente Michel Boué morreu prematuramente sem ter podido assistir ao êxito da viatura que concebera.
Este projecto, desenvolvido posteriormente pelo Centro de Design da Renault levou ao lançamento, em 1972, de um pequeno automóvel citadino, dotado de uma forte personalidade, apelidado de "Supercar" e do qual foram produzidas para cima de 5 milhões de unidades.

A história do Renault 5